O MENINO, O ELFO E A OCARINA
Em uma terra longínqua nos
confins gelados do norte vivia um bravo e alegre garotinho, de cabelos loiros e
curtos, magricelo e sem pelos na face. Pouco sabia sobre os grandes mistérios
que o aguardava, mas ei de contar a vocês sua historia de aventuras, algumas
memoráveis outras um tanto doloridas, mas todas sem duvida ensinaram à esse
pequeno rapaz a nunca baixar a guarda e sempre seguir em frente.
Vivia em uma pequena vila que não
era tão gelada assim, fazia sol todos os dias e a lua brilhava no alto do céu
colorido pelas auroras. Sempre fora um garoto bobo, sorria até quando chovia, e
como gostava de chuva, corria pelas
trilhas lamacentas com os filhotes de lobo feito louco, gostava
demasiado de animais, principalmente os lobos.
Certa vez caminhando pela
floresta apenas com sua ocarina em mãos avistou em uma clareira uma sombra,
tentou se aproximar, mas não foi cauteloso o suficiente e a sombra ouviu os
sons de seus passos sobre os galhos úmidos no solo e correu desajeitadamente
por entre as árvores, tentou
acompanhá-la em vão, logo estava só novamente, aquele breve susto trouxe uma
vontade pela musica, pegou a ocarina e soprou uma canção divertida e alegre que
fazia as folhas secas saltitarem a rodopiarem a sua volta. Com apenas algumas
notas pôs toda a mata a dançar, e foi então que a sombra se aproximou por suas
costas e com um rápido movimento arrancou a ocarina de sua boca.
Não era uma sombra, mas sim um
elfo, de orelhas e membros longos e pontudos, era mais alto do que o garoto,
mas também não passava de uma criança como ele. Examinou o instrumento com
cuidado, assoprou de todas as maneiras possíveis e quando viu que não
conseguiria tirar nenhuma nota daquilo devolveu ao menino, decepcionado
sentou-se numa pedra e pôs se a bufar pequenas nuvens de vapor. Tinha os
cabelos curtos e encaracolados, era feio, nem um pouco parecido com as lendas
que o povo contava sobre os elfos, não que fossem raros, mas ninguém naquela
região tinha visto um até então.
Vendo o desanimo do elfo o menino
chegou um pouco mais perto e soprou algumas notas, simples, fluidas,
divertidas, que fizessem aquele ser estranho sorrir um pouco, vendo que o elfo
magricelo lhe deu atenção, entregou a ele a ocarina e colocou seus dedos nos
buracos certos do instrumento e fez o sinal para que soprasse, ao sair o
primeiro som, mudou os dedos de buraco e pediu para que continuasse a tocar, as
notas foram saindo de vagar, meio roucas e desafinadas, mas era um começo que
alegrou o menino de orelhas pontudas.
Começou ali uma amizade
promissora, uma aventura longa com muitos desafios e também a historia de um
garoto que um dia se tornaria muito alem do que todos pensavam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário